Breve di�logo entre o te�logo brasileiro Leonardo Boff e Dalai Lama

Leonardo Boff explica:

'No intervalo de uma mesa-redonda
sobre religi�o e paz entre os povos,
na qual ambos particip�vamos,
eu, maliciosamente, mas tamb�m
com interesse teol�gico,
lhe perguntei em meu ingl�s capenga:
- 'Santidade, qual � a melhor religi�o?'
Esperava que ele dissesse:
'� o budismo tibetano' ou 'S�o as religi�es orientais, muito mais antigas do que o cristianismo.'
O Dalai Lama fez uma pequena pausa,
deu um sorriso, me olhou bem nos olhos
- o que me desconcertou um pouco,
por que eu sabia da mal�cia
contida na pergunta -
e afirmou:
'A melhor religi�o � a que mais
te aproxima de Deus.
� aquela que te faz melhor.'
Para sair da perplexidade
diante de t�o s�bia resposta,
voltei a perguntar:
- 'O que me faz melhor?'
Respondeu ele:
- 'Aquilo que te faz mais compassivo
(e a� senti a resson�ncia tibetana, budista,
tao�sta de sua resposta),
aquilo que te faz mais sens�vel,
mais desapegado,
mais amoroso,
mais humanit�rio,
mais respons�vel...
A religi�o que conseguir fazer isso de ti
� a melhor religi�o...'
Calei, maravilhado,
e at� os dias de hoje
estou ruminando sua resposta
s�bia e irefut�vel

Comiss�o vai � ONU acusar Universal de intoler�ncia religiosa

27/06/2009 - 10h37
da Folha de S.Paulo, em Bras�lia

A Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa entregou ontem ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organiza��o das Na��es Unidas), Martin Uhomoibai, e � Secretaria de Promo��o da Igualdade Racial relat�rio que diz existir uma "ditadura religiosa" promovida pelos neopentecostais no Brasil.

O documento aponta a Igreja Universal do Reino de Deus como propagadora da intoler�ncia religiosa no pa�s, incitando a persegui��o, o desrespeito e a "demoniza��o", especialmente da umbanda e do candombl�.

O documento relata 15 casos atendidos pela comiss�o que se transformaram em 34 a��es judiciais no Rio de Janeiro, al�m de tr�s v�timas que vivem amea�adas e outros 10 casos de intoler�ncia religiosa em outros quatro Estados.

H� ainda um cap�tulo que trata do conflito entre neopentecostais e imprensa, que cita reportagem da Folha sobre o imp�rio econ�mico constru�do pela Igreja Universal. "A Igreja Universal do Reino de Deus, copiada por outras independentes, vem tentando intimidar a imprensa livre. Centenas de a��es judiciais s�o movidas contra ve�culos de comunica��o e profissionais da �rea", diz o relat�rio, referindo-se a mais de uma centena de a��es na Justi�a movidas por fi�is contra o jornal. At� agora, houve 74 senten�as, todas favor�veis � Folha. Em 13 casos, os ju�zes condenaram os autores por litig�ncia de m�-f� -quando se faz uso indevido da Justi�a.

A Folha telefonou para a assessoria jur�dica da Igreja Universal em S�o Paulo, que solicitou um e-mail com as perguntas. At� a conclus�o desta edi��o, n�o havia resposta.

A Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa, formada por 18 institui��es, como a Federa��o Israelita do Rio e a Congrega��o Esp�rita Umbandista do Brasil, pediu para a ONU fazer o seu pr�prio diagn�stico sobre as den�ncias.

"N�o estamos perseguindo ningu�m, mas mostrando que a democracia corre risco. Estamos sendo demonizados em programas de r�dio e TV", afirma Ivanir dos Santos, presidente da comiss�o.

Segundo Ronaldo de Almeida, antrop�logo da Unicamp, a Igreja Universal cresce combatendo outras religi�es. Autor do livro "A Igreja Universal e seus Dem�nios", ele defende que a igreja fortalece seu discurso a partir da rela��o que estabelece entre religi�es afro e problemas financeiros ou na fam�lia. "Seu discurso fica mais forte se demonizar os outros. H�, de fato, uma intoler�ncia religiosa", explica Almeida.

O uso da m�dia por grupos dentro da Igreja Universal � destacada por Ricardo Mariano, doutor em sociologia pela USP. Para Mariano, os ve�culos s�o utilizados para atacar outras religi�es. O soci�logo discorda, por�m, do vi�s racista apontado pelo relat�rio. Segundo o professor, a atitude adotada pela Igreja Universal � motivada por quest�es estritamente religiosas.

O subsecret�rio de Pol�ticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Igualdade Racial, Alexandro Reis, diz que o Plano Nacional contra a Intoler�ncia Religiosa ser� apresentado em janeiro de 2010.

Fanatismo Religioso: ter cultura � pecado?

Esse espa�o foi criado para que seja discutido um problema s�rio ocasionado por fan�ticos religiosos e religi�es/seitas fundamentalistas, que s� aceitam a cultura permitida por sua cren�a, ca�ando e tolhendo toda manifesta��o cultural "mundana".

Veja alguns relatos obtidos no yahoo respostas, sobre as posturas de boa parte dos evang�licos neo-pentecostais sobre a cultura "secular":


Evang�licos: ter cultura � pecado?
AUTOR: �GUIA - Yahoo Respostas

Em primeiro lugar, me desculpem se a pergunta pareceu ofensiva, n�o foi minha inten��o. Tamb�m n�o estou generalizando, sei que existem evang�licos fora desse estere�tipo.
Mas � o que eu tenho visto por a�... evang�licos que se fecham em sua "concha crist�" e n�o absorvem cultura do "mundo externo".
"M�sica? Apenas cantores evang�licos e hinos que louvem a Deus;
Livros? S� leio a b�blia, ela � minha refer�ncia hist�rica e cient�fica (apesar das contradi��es);
Amigos? S� os que frequentam minha igreja. �s vezes converso com ateus, esp�ritas, umbandistas e etc. (n�o para tentar entend�-los, e sim para tentar convert�-los. Afinal, sei que s� minha religi�o professa a verdade);
Internet? Muito �til para pregar a palavra do Senhor, mas fico indgnado em ver quantas pessoas est�o sendo usadas como ferramenta do diabo..."

Enfim, a quest�o �... � pecado ter cultura? � pecado procurar opini�es diferentes da sua? � pecado questionar a "verdade absoluta" que sua igreja prega?

Detalhes Adicionais
@ rohi, n�o estou criticando a cultura evang�lica nem me baseando na imagem do evang�lico que a m�dia mostra. S� comentei o que tenho visto por a�... onde eu moro, boa parte da popula��o � evang�lica. Mais uma vez, me desculpe se a pergunta pareceu ofensiva.


Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta
AUTOR: �GUIA
Sou evang�lico, mas admito: parece haver no meio religioso, uma avers�o a qualquer tipo de novos conhecimentos ou cultura. Acho que essa atitude revela a nossa inseguran�a.
Um verdadeiro crist�o deveria ser livre para apreciar o belo, o digno, a arte, a diversidade, a relatividade, o her�i, o santo, o g�nio e, principalmente; saber ouvir a opini�o do outro, sensibilizando-se com os seus problemas e limita��es. Sei que parece utopia, mas � assim que eu penso.



Voc� conhece a cultura evang�lica?
AUTOR: Rohi

Em primeiro lugar � necess�rio desmistificar o perfil do evang�lico televisivo (aquele apresentado pelos programas evang�licos e criticado pelos inimigos do evangelho); existem milhares de grupos evang�licos no Brasil e no mundo, cada um com suas peculiaridades; o que ent�o nos identifica a todos como evang�licos?
Acreditamos em Deus, acreditamos na B�blia como Palavra de Deus; pregamos as boas novas do EVANGELHO de Cristo, crendo em sua morte e ressurrei��o para nos perdoar os pecados e nos dar nova vida; nos reunimos como igreja (n�o na igreja, mas como igreja), para adorar � Deus, e nos ajudarmos mutuamente a crescer; Fora da igreja nosso papel � pregar o evangelho (boas novas de salva��o) e servir �s pessoas que necessitam, e viver uma vida exemplar. (Nem todos fazem assim, mas este � nosso papel)

Nossa riqueza cultural

Nenhum outro grupo tem uma diversidade cultural t�o diversa como os evang�licos.
Nossas m�sicas v�o desde o cl�ssico ao mais popular; nossa arte,nossa literatura, nossos cultos refletem as mais diversificadas express�es art�sticas e culturais, influenciando, inclusive a cultura local.

Assim sendo, nosso "mundinho" acaba sendo muito mais amplo em suas possibilidades, do que a maioria (se n�o todos) dos mundos culturais

Quanto ao nosso aparente exclusivismo, voc� j� viu roqueiro em festa punk? Isto n�o seria muito comum; assim tamb�m alguns eventos culturais, entram em conflito com a cultura evang�lica; � o caso de m�sicas que exaltam a prostitui��o, ou o ocultismo etc.

Logicamente h� muitas express�es culturais que em nada s�o conflitantes com a nossa, e existem as express�es que s�o conflitantes com alguns grupos evang�licos.

@ julguei muito oportuna sua pergunta, pois expressa a d�vida de muitos, sendo uma grande oportunidade para esclarecer a quest�o; espero ter contribuido para isto.
ab�s



AUTOR: Jhon
N�o � pecado n�o! Basta analisar a palavra de Deus...

"E Mois�s era instru�do em toda a sabedoria dos eg�pcios"

Muitas coisas dos eg�pcios eram contra a vontade de Deus, mas ainda assim Mois�s se instruiu da sabedoria deles

Os eg�pcios achavam que o mundo ficava nas cosas de 2 elefantes, muito grandes, que ficavam em uma tartaruga muito, muito grande, que ficava em cima de uma cobre muito, muito, muito grande, e por a� vai... Sendo que Deus, muito, muito tempo a frente do tempo do livro de J� falou que o mundo estava suspenso sobre nada!


AUTORA: D�bora

evang�licos que se fecham em sua "concha crist�" e n�o absorvem cultura do "mundo externo".

Sim, isso acontece.
E � uma perda de tempo.

"M�sica? Apenas cantores evang�licos e hinos que louvem a Deus;

Olha, quando o crente de cora��o ouve uma musica mundana que tem uma letra legal, n�o existe motivos para n�o aprovar... mas de verdade... existe cada porcaria de musicas por ai. Uma coisa � certa as musicas que louvem a Deus sempre s�o boas!

Livros? S� leio a b�blia, ela � minha refer�ncia hist�rica e cient�fica (apesar das contradi��es);

Sem d�vidas, a b�blia � O LIVRO!
� a palavra de DEUS!

Querer estar informado n�o � pecado nenhum meu bem...

mas a b�blia, � a palavra de Deus pra voc�, um crist�o precisa desse alimento!

Amigos? S� os que frequentam minha igreja...

AFFFF... que igreja?
A igreja � o povo de Deus
olha s� os tantos amigos que voc� tem e nem sabe!
N�o se prenda em igreja querido, Deus quer a comunh�o com os irm�os, e pede que andemos com pessoas espirituais... assim ent�o vamos fazer!

A internet � �tima pra voc� come�ar a falar mais o nome do Senhor virtualmente
� uma forma de fazer a obra, ela ajuda muito nesse sentido.
Mas, sabemos, que � util para muitas outras situa��es.



AUTOR: Blood Mary

N � pecado buscar respostas diferentes das q a religi�o nos mostra n�o!
pecaduh � ignorar as coisas boas q as pessoas fazem por a�

Veja,nesses dias no almo�o eu contei q andava bastant interessava pela religi�o zen budista
eu acho mto tri td aquele lance d desapego de td direcionado a verdade direta das coisas

tava lendo alguns contos s�o t�o bons d ler,n ultrapassam 10 linhas...
minha m�e achou um absurdo ,eu n mi importo mto com isso,sei q tem em sampa col�gios de zen budismo,nem q seja bem mais tardee tipo dpois dos 40 pra eu praticar assim dpois d 20anos mi esfor�ando eu me tornarei uma velhaca s�bia i n�o uma velha rabugenta (o q com base em auto observa��es/eu tenhu td pra mi tornar alguem rabugenta ,inda mais com a idadee/jah acho td uma droga/o fato de q daqui um pouco vo ter 16 e ainda n escrevi nenhum livro,nem conto,nem fic,nem fiz uma historia em quadrinhos sendo q sei desenhar/pior nem sei escrever bem/apesar d q a profe d historia diz q meus questionamentos s�o bons e q minhas reda��es se destacam da salaa...t� disculpe disviei novament/melhor eu dar um game over nessa resposta tah ficando mto longa/respostas longas s�o chtas na maioria/ach q essa tah sendo...)

Eu sou cat�lica :D t�,eu sei um pouco sobre essa religi�o
tinha uma colega q era evang�lica,aconteceu uma coisa mto putzs certa vezi
eu imprestei um fanzine q falava sobre vamp pq a gnt ia jogar o rpg vamp a mascara
i naturalment falava sobre o cenario gothico carregado d poesias melancolicas e td mais
a mame dela discubriu o fanzine e ficou uma arara com ela...teve uma super conversa com a guria
parece q a maneira como a mame dela tratou o assunto foi mto mais serio do que a ultima conversa q elas tiveram q era algo realment serio (foi informe d mort d uma pessoa q ela tinha apego)

Encerrando, � pecado no miolo dessas pessoas




AUTOR: Maru do Povo de Deus

Muito boa a sua coloca��o. De tanto medo de se contaminar com o que n�o � da religi�o deles, acabaram ignorando tudo de bom, de belo, de cient�fico, de inteligente que se fez nessas �ltimas d�cadas, quando o neo-pentecostalismo cresceu no Brasil. N�o acredito que seja o mesmo com as outras cren�as evang�licas no mundo.� mistura de obscurantismo com o nosso provincianismo e a falta de instru��o generalizada.





AUTOR: Alima

Paz e Gra�a a todos!!!
"Tudo posso, mas nem tudo me conv�m;
Tudo posso, mas nem tudo me � l�cito;
Tudo posso, mas nem tudo me edifica."

Ser evang�lico, n�o � se abster da cultura, eu sou evang�lica, mas antes de ser evang�lica, gostava das coisas do mundo, e posso lhe dizer que hoje sou muito mais feliz, muito mais completa com o que � de Cristo, pois o preenchimento que Cristo me traz n�o � do corpo, � do espirito.E se rejeitar o que n�o agrada a Cristo � ser sem cultura, que seja ent�o!!!
Mas digo � vc, li mts livros desde Gabriel Garcia Marquez � Dostoyesvisk, s�o todos muito bons, mas a verdade absuluta, o que me edifica est� na Biblia.

Ouvi mtas m�sicas, desde Uriah Heep, at� Zeca Pagodinho, mas o que me edifica s�o os louvores � Cristo.

Amigos, guardo todos dentro do meu cora��o, quero sim que eles conhe�am a Palavra de Deus, para que sejam salvos, se libertem e vivam feliz com Cristo Jesus.
Fonte(s):
Eu mesma!!!




AUTOR: Ivone

Ningu�m � autossuficiente. Ningu�m se basta. Ningu�m se nutre somente de si mesmo.Nem a religi�o!
� preciso da presen�a do outro para interagir, para viver a vida, para evoluir, para aprender.
A cultura alarga as id�ias, traz luz ao pensamento.
A diversidade humana, pol�tica, cultural e religiosa existe para ser entendida, mesmo que haja discord�ncia.




AUTOR: kao kabeci il�

Bastante oportuna a sua coloca��o.

J� h� comprova��o hist�rica de que o sistema de castas n�o propicia a evolu��o e ademais, verdades absolutas limitam todo e qualquer Universo.





Zilda Arns - hist�ria e trajet�ria de vida (Pastoral da Crian�a)

Veja mat�ria da TV Itarar�, sobre Zilda Arns e seu trabalho:
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Nascida em Forquilhinha (SC), Zilda Arns residia em Curitiba (PR), era vi�va desde 1978, teve cinco filhos (um j� falecido) e dez netos. Ela escolheu a medicina como miss�o e enveredou pelos caminhos da sa�de p�blica. Sua pr�tica di�ria como m�dica pediatra do Hospital de Crian�as Cezar Pernetta, em Curitiba (PR), e posteriormente como diretora de Sa�de Materno-Infantil, da Secretaria de Sa�de do Estado do Paran�, teve como suporte te�rico diversas especializa��es como Sa�de P�blica, pela Universidade de S�o Paulo (USP) e Administra��o de Programas de Sa�de Materno-Infantil, pela Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (OPAS/OMS).

Sua experi�ncia fez com que, em 1980, fosse convidada a coordenar a campanha de vacina��o Sabin para combater a primeira epidemia de poliomielite, que come�ou em Uni�o da Vit�ria (PR), criando um m�todo pr�prio, depois adotado pelo Minist�rio da Sa�de. Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Crian�a juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de Salvador, na Bahia, que na �poca era Arcebispo de Londrina.

Em 2004, Zilda recebeu da CNBB outra miss�o semelhante: fundar, organizar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de 129 mil idosos s�o acompanhados todos os meses por 14 mil volunt�rios. Pelo seu trabalho na �rea social, Zilda recebeu condecora��es tais como: Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Fundation, em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA), pelo inovador programa de sa�de p�blica que ajuda a milhares de fam�lias carentes, em 2006; Hero�na da Sa�de P�blica das Am�ricas (OPAS/2002); 1� Pr�mio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Sa�de da Crian�a (Unicef/1988); Pr�mio Humanit�rio (Lions Club Internacional/1997); Pr�mio Internacional em Administra��o Sanit�ria (OPAS/ 1994); t�tulos de Doutor Honoris Causa das Universidades: Pontif�cia Universidade Cat�lica do Paran�, Universidade Federal do Paran�, Universidade do Extremo-Sul Catarinente de Crici�ma, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina. Dra. Zilda � Cidad� Honor�ria de 10 estados e 35 munic�pios e foi homenageada por diversas outras Institui��es, Universidades, Governos e Empresas.

*Texto: Funda��o Maria L�cia Jaqueira de Mattos


Fam�lia de Zilda Arns espera que o corpo da m�dica chegue ao Brasil at� o fim de semana
Plant�o | Publicada em 13/01/2010 �s 19h13m
Ana Paula de Carvalho, especial para O Globo


CURITIBA - A fam�lia da m�dica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Crian�a que morreu ap�s ser atingida por escombros do terremoto no Haiti, tem a expectativa de que seu corpo chegue ao Brasil at� o final desta semana. A informa��o � de Nelson Arns Neumann, um dos filhos de Zilda Arns e coordenador-adjunto nacional da Pastoral da Crian�a.

- O Minist�rio das Rela��es Exteriores cedeu um avi�o para trazer o corpo ao Brasil e a previs�o � que chegue nas pr�ximas 24 horas - informou ele.

Em entrevista coletiva na sede da entidade, onde volunt�rios e funcion�rios estavam emocionados e em estado de choque pela trag�dia, ele divulgou detalhes da morte da m�e. Ele adiantou ainda que o vel�rio ser� feito na sede da Pastoral e que o enterro ser� no Cemit�rio �gua Verde, na regi�o central de Curitiba.

- Ela estava fazendo um discurso em uma igreja para cerca de 150 pessoas, quando ocorreu o terremoto. Os escombros ca�ram sobre ela. Segundo as pessoas que estavam no local, ela faleceu na hora.

O arcebispo em�rito de S�o Paulo, dom Paulo Evaristo Arns divulgou uma nota, ao saber da morte da irm�. Segundo ele, Zilda "morreu de uma maneira muito bonita" por defender uma "causa em que sempre acreditou".

"Que nosso Deus, em sua miseric�rdia, acolha no c�u aqueles que na terra lutaram pelas crian�as e os desamparados", escreveu dom Paulo, que encerrou a nota dizendo que "n�o � hora de perder a esperan�a.

Filha lembra �ltima conversa com a m�e

Nelson Arns definiu a m�e como persistente e adiantou que nada abalava a coragem da mission�ria.

- Se f�ssemos definir Zilda Arns com uma palavra, seria persist�ncia. Quando minha m�e estabelecia uma meta ela ia at� o fim. Nada a abalava ou a impedia de concretizar um projeto. A verdadeira homenagem que podemos prestar a ela � garantir a vida �s nossas crian�as - disse.

A seu lado, a irm� Helo�sa lembrou a �ltima vez que conversou com a m�e.
- A gente se falou domingo e ela estava bem animada. Est� dif�cil. Ela sempre era de reunir a fam�lia. Fez isso dia 12 de dezembro com a fam�lia Arns e no dia 25 reunindo filhos e netos - disse com a voz embargada.

A volunt�ria Maria Cei�a relembra emocionada uma das conversas com a l�der da Pastoral durante a festa de confraterniza��o da entidade, em dezembro.

- N�s temos que continuar. Mulheres como a gente morre r�pido e fermenta r�pido. Eu preciso desse fermento em Timor Leste e outros locais do mundo onde estamos. Amar � fazer o outro crescer. Quem ama faz isso e a Dra. Zilda me ensinou isso.

Zilda interrompeu f�rias para viajar ao Haiti

Aos 73 anos, dona Zilda, como era chamada, sempre foi muito ativa e interrompeu as f�rias que passava com a fam�lia na praia especialmente para a viagem ao Haiti, que havia sido adiada quatro vezes. Em meio � dificuldade com emiss�o de passagem e do passaporte, ela conseguiu seguir para uma das muitas viagens que estavam programadas para este ano.

O dinamismo de Zilda Arns � relembrada pelo sobrinho S�rgio Arns. Ele disse que a tia sempre prometia nas festas de fim de ano diminuir o ritmo de trabalho no ano seguinte e nunca cumpria.

- Ela dizia que a Pastoral era a 'cachacinha' dela - lembra.

L�der deixa 300 mil volunt�rios �rf�os

Al�m dos cinco filhos e de dez netos, Zilda deixa 300 mil volunt�rios �rf�os. Uma delas � Am�lia Cabral Alessi, que est� na Pastoral h� 14 anos.

- Ela era uma m�e bondosa, que ensina a praticar caridade, a dar valor a uma grande amizade e a ganhar confian�a das pessoas mais humildes. Vamos continuar o trabalho. A dona Zilda n�o iria querer que a gente abandonasse - declarou emocionada.

A volunt�ria Gildete Alves Fonseca de Oliveira Ramos estava chocada com a trag�dia que vitimou a fundadora da entidade.

- Ouvi a not�cia e ainda n�o acredito. Agorinha mesmo ela esteve aqui, em agosto do ano passado. Depois da minha m�e � a pessoa que mais amo - disse aos prantos.

Ela conta que a Pastoral vai continuar, mas considera insubstitu�vel a capacidade de Zilda Arns contagiar todos:

- A gente vai sentir muita saudade dela. Nos encontros que a gente tinha de capacita��o, ela contagiava com sua alegria. Era um exemplo de vida, uma pessoa muito humilde. N�o conheci nenhum ser humano como ela. Guardo no meu cora��o essa lembran�a da persist�ncia e da insist�ncia em transformar. Ela poderia estar de f�rias no melhor para�so do mundo, mas foi em busca de melhorar a vida daquele povo - relatou.

Agenda de viagem incluiu v�rios pa�ses

N�o era s� no Haiti que Zilda pretendia ajudar a popula��o com a receita simples mas eficiente do soro caseiro e do controle da pesagem. Sua f�rmula vencedora foi capaz de reduzir a mortalidade infantil e mobilizar um verdadeiro ex�rcito de volunt�rios.

De acordo com a assessora da Pastoral da Crian�a Internacional, Vander da Silva, todo planejamento para este ano j� estava definido. Zilda seguiria para Col�mbia e Uruguai em fevereiro, seguiria para o M�xico em mar�o e depois iria para a Argentina em maio. Rep�blica Dominicana seria o destino em junho, seguida de Angola e Guin�-Bissau em outubro.

- O irm�o Nelson Arns disse que o trabalho continua, embora a aus�ncia da lideran�a de Zilda Arns ser� sempre sentida.

- A Pastoral vai continuar de maneira diferente, mas unida com a miss�o de levar vida em abund�ncia a todas as crian�as que necessitam. Sabemos que Zilda n�o pretendia parar seu trabalho agora. Ela ainda tinha muitos planos, muitos sonhos - relatou.

A Pastoral da Crian�a, criada em 1983, est� presente em 4 mil munic�pios do Brasil e acompanha 1,7 milh�o de crian�as e gestantes. Em todo o mundo s�o mais de 300 mil volunt�rios. O trabalho da institui��o � reconhecido pela Organiza��o Mundial da Sa�de.

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